domingo, 26 de fevereiro de 2012

Grécia 2

Os antigos gregos ou helenos eram na verdade a junção de 4 povos que em tempos diferentes chegaram à região da Grécia Antiga. Os três primeiros, jônios, eólios e aqueus chegaram à Grécia Continental por volta do ano 2000 a C.; já os dórios chegaram por volta do século XII a C. Poranto, quando falamos do povo grego estamos a falar dos descendentes desses 4 povos. (vejam o mapa acima)

Os historiadores costumam dividir a história da Grécia Antiga em 5 períodos: o Período Pré-Homérico corresponde à chegada dos jônios, dos eólios dos aqueus. Nesse período houve desenvolvimento urbano e comercial - especialmente o comércio marítimo - além do florescimento da cultura creto-micênica, rica em detalhes e beleza. Muito provavelmente a famosa Guerra de Tróia, cantada nos versos da Ilíada, de Homero, também ocorreu nesse período.

O período seguinte ficou conhecido como Período Homérico. O marco inicial foi a chegada dos dórios por volta de 1200 a C e que provocou uma série de mudanças na região. Os dórios, como os povos anteriores, eram guerreiros, mas dominavam a técnica da metalurgia do ferro, o que lhes dava em relação aos outros povos uma supremacia militar. Além disso, os dórios eram rústicos, pouco afeitos à vida urbana e ao comércio. Sabiam basicamente duas coisas: plantar e lutar.

Três fatos fundamentais podem ser associados à chegada dos dórios e que caracterizam o Período Homérico:

1- A fuga dos jônios e eólios para os ilhas do Egeu e o litoral da Ásia Menor.  Essa fuga de jônios e eólios ficou conhecida como I Diáspora Grega.

2 - A retração da vida urbana, econômica e cultura na Grécia.

3 - A formação da sociedade gentílica.

Lembro que os aqueus, o mais poderoso povo que havia chegado à região antes dos dórios, decidiu enfrentá-los mas acabaram aniquilados pelos dórios.

A formação da sociedade gentílica precisa de uma explicação mais pormenorizada. Entede-se por sociedade gentílica aquela sociedade baseada numa comunidade que tem laços de parentesco (os genos) e que cultua um antepassado comum. Cada um dos clãs tinham um chefe, o patriarca, geralmente um ancião. Além disso, na sociedade gentílica não existe o conceito de propriedade privada, nem o cultivo de excedente agrícola e, claro, a existência de classes sociais. Esse tipo de organização vai perdurar até o século VIII a C quando o crescimento demográfico desestabilizou essa organização social.

O período arcaico está diretamente associado ao crescimento populacional do século VIII a C. Esse crescimento exigia um aumento na produção de alimentos e consequentemente uma expansão da agricultura, algo muito difícil de ocorrer na Grécia, devido à aridez do solo e ao relevo montanhoso. 

Um dos primeiros efeitos desse crescimento populacional foi a escassez de terras férteis e a dificuldade de se produzir mais alimentos, o que por sua vez provocou guerras entre os clãs e a consequente desagregação da sociedade gentílica. Essa escassez de terras, a fome e as guerras fizeram com que muitos gregos deixassem suas terras e fundassem colônias ao longo do mar Mediterrâneo e Negro, para onde a população excedente poderia migrar. Nessas colônias a principal atividade era a agricultura, justamente para atender à demanda por alimentos que o crescimento demográfico provocou. Essa expansão grega ao longo do mar Mediterrâneo e Negro ficou conhecida como II Diáspora Grega.

Aliás, é importante ressaltar que as colônias gregas  não tinham uma relação de dependência ou subordinação com as suas cidades-mãe. Uma colônia grega era uma pólis, com seu governo, moeda, leis e exército próprio. 

Algumas das mais importantes colônias gregas estavam localizadas no sul da península itálica. Esse conjunto de colônias eram conhecidas como Magna Grécia. Aliás, a partir do século VIII a C, a civilização grega ou helênica abrangia uma área ainda maior, incoporando também as colônias.

Vejam o mapa abaixo


Exercícios.

Observe o mapa abaixo e responda:


1- O mapa acima faz referência à primeira ou à segunda diáspora grega? Justifique.

2 - Explique por que o crescimento demográfico do século VIII a C provocou a desagregação da sociedade gentílica.


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