sábado, 12 de dezembro de 2009

I ETAPA DO PAS - GABARITO

E então, meus caros, gostaram do PAS? De minha parte, posso dizer que os itens de história em sua grande parte estavam coerentes e contemplaram o conteúdo do primeiro ano. Salvo um outro item, como o 17, que fala da economia mineradora, conteúdo do segundo ano, os demais atenderam às expectativas.

Como disse em sala, os textos deram suportes sólidos para a resolução de muitos itens, em alguns casos, a resposta do item estava presente no próprio texto. Enfim uma prova coerente que privilegiou o aluno que estudou e que manteve a concentração e a calma durante a prova. Abaixo, o gabarito de alguns itens da prova.

ITEM 14: E

ITEM 15: C

ITEM 16: C

ITEM 17: C

ITEM18: C

ITEM 19: C

ITEM 20: C

ITEM 21: C

ITEM 22: C

ITEM 23: E

ITEM 24: C

ITEM 25: C

ITEM 26: C

ITEM 27: E

ITEM 28: DISCURSIVA

ITEM 32: E

ITEM 33: C

ITEM 34: E

ITEM 82: C

ITEM 83: C

ITEM 87: LETRA B


A seguir, os comentários sobre esses itens

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

O Absolutismo e o Mercantilismo em vídeos

Para compreender melhor os vídeos abaixo consulte também o capítulo 15 do seu livro de história: O Apogeu do Absolutismo.






OBSERVAÇÃO:

NO SEGUNDO VÍDEO, NA PARTE FINAL, APARECE UMA FOTO DE UMA MULHER EM TRAJES DE MODA PRAIA. NÃO ENTENDI A RAZÃO DO AUTOR DO VÍDEO DE COLOCAR TAL IMAGEM. SE ALGUÉM SE SENTIR DESCONFORTÁVEL OU CONSTRANGIDO, POR FAVOR, É SÓ AVISAR!!!!

A Expansão Marítima em vídeos.

Para quem perdeu as aulas e para quem quiser uma revisão até o dia da prova assista aos vídeos abaixo.






quinta-feira, 17 de setembro de 2009

As Grandes Navegações


No final da Idade Média, o mundo que os europeus conheciam resumia-se ao Oriente Médio ao norte da África e às Índias, nome genérico pelo qual designavam o Extremo Oriente, isto é, leste da Ásia.


Grande parte dos europeus conhecia apenas o Extremo oriente por meio de relatos; como o do viajante veneziano Marco Pólo, que partiu de sua cidade em 1271, acompanhando seu pai e seu tio em uma viagem àquela região.

A América e a Oceania eram totalmente desconhecidas pelos europeus.

Mesmo as informações de que os europeus dispunham sobre muitas das regiões conhecidas eram imprecisas e estavam repletas de elementos fantasiosos.

Durante os séculos XV e XVI, exploradores europeus, mas principalmente portugueses e espanhóis, começaram a aventurar-se pelo “mar desconhecido”, isto é, pelo oceano Atlântico e também pelo Pacífico e Índico dando início à chamada Era das Navegações e Descobrimentos Marítimos.

Os objetivos

No século XV, os países europeus que quisessem comprar especiarias (pimenta, açafrão, gengibre, canela e outros temperos), tinham que recorrer aos comerciantes de Veneza ou Gênova, que possuíam o monopólio destes produtos. Com acesso aos mercados orientais - Índia era o principal - os burgueses italianos cobravam preços exorbitantes pelas especiarias do oriente. O canal de comunicação e transporte de mercadorias vindas do oriente era o Mar Mediterrâneo, dominado pelos italianos. Encontrar um novo caminho para as Índias era uma tarefa difícil, porém muito desejada. Portugal e Espanha desejavam muito ter acesso direto às fontes orientais, para poderem também lucrar com este interessante comércio.

Um outro fator importante, que estimulou as navegações nesta época, era a necessidade dos europeus de conquistarem novas terras. Eles queriam isso para poder obter matérias-primas, metais preciosos e produtos não encontrados na Europa. Até mesmo a Igreja Católica estava interessada neste empreendimento, pois, significaria novos fiéis.

Os reis também estavam interessados, tanto que financiaram grande parte dos empreendimentos marítimos, pois com o aumento do comércio, poderiam também aumentar a arrecadação de impostos para os seus reinos. Mais dinheiro significaria mais poder para os reis absolutistas da época.


A partir de 1441, os portugueses passaram a utilizar caravelas nas suas viagens de exploração atlântica. Tal tipo de navio veio a revelar-se o mais adequado para a realização deste tipo de expedições, pois era um navio adaptado à exploração, rápido e usado como recurso de defesa de algumas armadas.

A caravela originalmente definia-se por transportar pano latino, o que lhe dava possibilidade de fazer um tipo de manobra que em mares não conhecidos se tornou indispensável: bolinar - possibilidade de recorrer a uma maior amplitude de ventos.

A caravela portuguesa era um navio de pequeno ou médio calado, que podia ter um porte que oscilaria em média entre os 40 e 60 tonéis, com uns catorze metros de quilha. Geralmente tinha dois mastros com velas latinas, embora as maiores pudessem apresentar três mastros. Tinha apenas um castelo de popa e uma coberta.

Na documentação quatrocentista à curiosa referência a um tipo de navio denominado de "caravela descobrir". Tal caravela seria um navio aperfeiçoado pelos portugueses que seria muito superior aos outros navios de velame latino, pois apresentava vergas latinas de grandes dimensões.

A tripulação de uma caravela poderia rondar os 20 ou 25 homens em média. A partir de finais do século XV e inícios do XVI sofre ajustamentos que deram à caravela um maior porte - passa a poder transportar 50 homens.

No século XVI a importância da caravela diminui, sendo destinada sobretudo a missões de apoio. Também nesse século apareceu um novo tipo de caravela, no qual um dos mastros passou a armar uma vela redonda, pelo que se denominou de caravela redondo.





terça-feira, 8 de setembro de 2009

Romance da Nau Catarineta




Romance da Nau Catarineta
Antonio Nóbrega
Composição: Recriação literária de romance tradicional, por Ariano Suassuna.

Ouçam, meus senhores todos,
Uma história de espantar!
Lá vem a nau catarineta
Que tem muito que contar.
Há mais de um ano e um dia
Que vagavam pelo mar:
Já não tinham o que comer,
Já não tinham o que manjar!
Deitam sortes à ventura
Quem se havia de matar:
Logo foi cair a sorte
No capitão-general!

- Tenham mão, meus marinheiros!
Prefiro ao mar me jogar!
Antes quero que me comam
Ferozes peixes do mar
Do que ver gente comendo
Carne do meu natural!
Esperemos um momento,
Talvez possamos chegar.
Assobe, assobe, gajeiro,
Naquele mastro real!
Vê se vês terras de Espanha,
E areias de Portugal!

- Não vejo terras de Espanha
E areias de Portugal!
Vejo sete espadas nuas
Que vêm para vos matar!

- Vai mais acima, gajeiro,
Sobe no tope real!
Vê se vês terras de Espanha,
Areias de Portugal!

- Alvíssaras, capitão,
Meu capitão-general!
Já vejo terras de Espanha,
Areias de Portugal!
Enxergo, mais, três donzelas,
Debaixo de um laranjal!
Uma, sentada a coser,
Outra na roca, a fiar,
A mais mocinha de todas
Está no meio, a chorar!

- Todas três são minhas filhas:
Ah quem me dera as beijar!
A mais mocinha de todas
Contigo a hei de casar!

- Eu não quero a vossa filha,
Que vos custou a criar!

- Dou-te o meu cavalo branco
Que nunca teve outro igual!

- Não quero o vosso cavalo,
Meu capitão-general!

- Dou-te a nau catarineta
Tão boa em seu navegar!

- Não quero a catarineta,
Que naus não sei manobrar!

- Que queres então, gajeiro?
Que alvíssaras hei de dar?

- Capitão, eu sou o diabo
E aqui vim pra vos tentar!
O que eu quero, é vossa alma
Para comigo a levar!
Só assim chegais a porto,
Só assim vos vou salvar!

- Renego de ti, demônio,
Que estavas a me tentar!
A minha alma, eu dou a deus,
E o meu corpo eu dou ao mar!

E logo salta nas águas
O capitão-general!
Um anjo o tomou nos braços,
Não o deixou se afogar!
Dá um estouro o demônio,
Acalmam-se o vento e o mar,
E à noite a catarineta
Chegava ao porto do mar!

NAU CATARINETA

A Nau Catarineta é um episódio épico que lembra a Odisséia. É uma ode romanceada que pelo fascínio do seu enredo dramático e pelos mirabolantes efeitos pictóricos da coreografia, se transforma em um bailado. A história desenvolve-se a bordo de um navio que parte do Recife para Lisboa, na época das conquistas marítimas (1565), e que depois de cruentos combates e lutas dolorosas, chega, afinal, a um porto seguro.




segunda-feira, 7 de setembro de 2009

"Se queres aprender a rezar, vai para o mar"


O título deste post é uma citação do fiel companheiro de D Quixote, o escudeiro Sancho Pança, do clássico de Miguel de Cervantes, D. Quixote De La Mancha. A expressão resume bem o temor que os homens tinham - na Idade Média, mas também na Idade Moderna - do mar. Muitos outros ditados poderiam ser citados para comprovar o pavor que o europeu do fim da Idade Média sentia do oceano. Um ditado dinamarquês, afirmava: " Quem não sabe rezar deve ir para o mar; e quem não sabe dormir deve ir para a igreja".

Mesmo depois das primeiras viagens oceânicas, o medo, a superstição, os relatos fantásticos persistiram nas crônicas da época. Num deles, um cronista afirmava que legiões de demônios foram vistas no mar em direção à França. Outro cronista afirmou que peixes gigantescos, verdadeiros monstros marinhos partiram, com um golpe de cauda, um navio ao meio. Enfim, o medo do mar e as crenças supersticiosas dos marinheiros não acabaram com as Grandes Navegações.

Abaixo, você poderá acompanhar - lendo e/ou ouvindo - o poema Mostrengo, de Fernando Pessoa.




O mostrengo que está no fim do mar
Na noite de breu ergueu-se a voar;
À roda da nau voou três vezes,
Voou três vezes a chiar,
E disse: “Quem é que ousou entrar
Nas minhas cavernas que não desvendo,
Meus tectos negros do fim do mundo?”
E o homem do leme disse, tremendo:
“El-Rei D. João Segundo!”

“De quem são as velas onde me roço?
De quem as quilhas que vejo e ouço?”
Disse o mostrengo, e rodou três vezes,
Três vezes rodou imundo e grosso,
“Quem vem poder o que eu só posso,
Que moro onde nunca ninguém me visse
E escorro os medos do mar sem fundo?”
E o homem do leme tremeu e disse:
“El-Rei D. João Segundo!”

Três vezes do leme as mãos ergueu,
Três vezes ao leme as reprendeu,
E disse no fim de tremer três vezes:
“Aqui ao leme sou mais do que eu:
Sou um povo que quer o mar que é teu;
E mais que o mostrengo, que me a alma teme
E roda nas trevas do fim do mundo,
Manda a vontade, que me ata ao leme,
De El-Rei D. João Segundo!”

clicando aqui você pode acompanhar uma animação muito curiosa sobre esse poema. Vale a pena, se sua alma não for pequena!

O pioneirismo português

De todos os reinos europeus, o primeiro que se lançou na aventura marítima, inaugurando o que os historiadores chamariam séculos mais tarde de Expansão Marítima e Comercial Européia, foi o reino de Portugal. Abaixo, é possível enumerar 4 grandes razões para isso:

  • 1. a precoce centralização política.
  • 2. a posição geográfica
  • 3. o fato de Lisboa ser uma parada obrigatória de navios que vinham do mar Mediterrâneo em direção ao norte da Europa.
  • 4. O desenvolvimento técnico dos instrumentos de navegação e de localização no mar; melhoria dos navios e o aperfeiçoamento da cartografia. Inovações em grande parte proporcionada pela escola de Sagres.


Um outra pergunta igualmente importante é por que os portugueses se lançaram nesta aventura? Mesmo temendo os monstros, os perigos do mar, por que se arriscaram tanto?

Embora não se possa descartar o espírito de aventura de muitos navegadores, a política da monarquia absolutista portuguesa, em aliança com a burguesia, de encontrar novas fontes de metais preciosos e um caminho alternativo para as índias, explica, em grande parte, a decisão das monarquia lusitana em apoiar o projeto marítimo. Havia, contudo, uma razão a mais: a expansão marítima portuguesa foi uma tentativa política de resistir ao assédio dos monarcas de Castela que sempre estavam atentos à possibilidade de anexar o reino de Portugal ao seu reino. Para impedir o perigo dessa anexação é que os reis portugueses da dinastia de Avis apoiaram as Grandes Navegações.

As Conseqüências

Se foram os portugueses os pioneiros da Expansão Marítima, não demorou muito para que o reino da Espanha e um pouco mais tarde os reinos da França, da Inglaterra e a república da Holanda também iniciassem suas viagens marítimas. Essa expansão mostrou aos europeus que o mundo era bem maior do que eles supunham.

Outra conseqüência importante foi a mudança do eixo econômico que passou do mar mediterrâneo para o oceano atlântico, o antigo mar tenebroso dos apavorados homens dos fins da Idade Média.

A expansão comercial foi o efeito imediato dessa expansão marítima. Nos séculos XVI e XVII mercadorias do mundo todo - da Ásia à Europa, passando pela África e pela América - circulavam pelos mares em navios portugueses, espanhóis, holandeses, franceses e ingleses. O que hoje a gente chama de Globalização já existia desde à época das Grandes Navegações.

Quando em 1498, Vasco da Gama chega às índias, duas mudanças ocorreram no comércio europeu: o monopólio na venda das especiarias que era exercido pelos comerciantes de Veneza e Gênova foi quebrado e o preço dessas especiarias caíram significativamente o que ajudou na popularização do consumo das mesmas.

Enfrentando o medo do mar, desenvolvendo novas técnicas náuticas, expandindo o comércio para os quatro quadrantes da Terra, os portugueses com suas viagens marítimas colocaram o Brasil nessa história. Mas isso fica para depois!


quarta-feira, 2 de setembro de 2009

O Discurso da Servidão Voluntária

Clicando aqui você pode ler em pdf o texto completo do Discurso da Servidão Voluntária (obra sugerida para o PAS da primeira etapa), de Étinne de La Boétie. O discurso será cobrado no conteúdo sobre os teóricos do absolutismo.

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Deus Vult ou Deus non vult?


Veja o trecho do filme

O incrível exército de Brancaleone
(Armata Brancaleone, L'). O filme é uma sátira sobre valores da cavalaria e o seu contexto histórico é a Baixa Idade Média.

O trecho postado no blog faz uma referência à famosa Cruzadas dos Pobres que, segundo a Tradição, foi liderada por um fanático chamado Pedro, o eremita e antecedeu à Primeira Cruzada.

O filme é uma comédia e se você tiver tempo, assista-o na íntegra e dê boas risadas.

ATENÇÃO:

A existência de líderes religiosos entre o povo era comum no período. Muitos homens, mulheres e crianças seguiam esses líderes na esperança do perdão dos pecados e da cura de doenças incuráveis.

Não consegui no youtube uma versao dublada ou legendada. Porém, mesmo em italiano, as imagens ajudam você a compreender a cena!

O discurso do Papa Urbano II


Discurso de Urbano II no concilio de Clermont de 1095
Segundo Fulquerio de Chartres

“Meus queridos irmãos, ungido pela necessidade, eu, Urbano, com a permissão de Deus o bispo chefe e prelado de todo o mundo, vim até esse lugar na qualidade de
embaixador, trazendo uma mensagem divina a todos os servos de Deus. (...)


Posto que vossos irmãos que vivem no Oriente requerem urgentemente as vossas ajudas, e vós deveis esmerar para prestar-lhes a assistência que a eles vem sendo prometida faz tanto tempo. Aí que, como sabeis todos, os Turcos e os árabes, os tens atacado e estão conquistando vastos territórios da terra de România (Império Bizantino), tanto no oeste como na costa do Mediterrâneo e em Helesponto, que é chamado o braço de São Jorge.

Estão ocupando cada vez mais e mais os territórios cristãos, e já venceram sete batalhas. Estão matando e capturando muitos, e destruindo as igrejas e devastando o império.

Se vós, impuramente, permitires que isso continue acontecendo, os fieis de Deus seguirão sendo atacados, cada vez com mais dureza. Em vista disso, eu, e não bastante, Deus, os designa como herdeiros de Cristo para anunciar em todas as partes e para convencer as pessoas de todas as gamas, os infantes e cavaleiros, para socorrer prontamente aqueles cristãos e destruir a essa raça vil que ocupa as terras de nossos irmãos. Digo isto para os presentes, mas também se aplica a aqueles ausentes. Mais ainda, Cristo mesmo os ordena.

Todos aqueles que morrerem pelo caminho, seja por mar ou por terra, em batalha contra os pagãos, serão absolvidos de todos seus pecados. Isso lhe é garantido por meio do poder com que Deus me investiu. Oh terrível desgraça se uma raça tão cruel e baixa, que adora demônios, conquistar a um povo que possui a fé de Deus onipotente e tem sido glorificado em nome de Cristo! Com quantas reprovações nos oprimiria o Senhor se não ajudarmos a aqueles, que como nós, professam a fé de Cristo! Façamos que aqueles que estão promovendo a guerra entre fieis marchem agora a combater contra os infiéis e conclua em vitória uma guerra que deveria ter se iniciado há muito tempo. Que aqueles que por muito tempo tem sido foragidos, que agora sejam cavaleiros. Que aqueles que estão pelejando com seus irmãos e parentes, que agora lutem de maneira apropriada contra os bárbaros. Que aqueles que estão servindo de mercenários por pequena quantia, ganhem agora a recompensa eterna. Que aqueles que hoje se malograram em corpo tanto como em alma, se dispunham a lutar por uma honra em dobro.

Vejam! Neste lado estarão os que lamentam e os pobres, e neste outro, os ricos; neste lado, os inimigos do Senhor, e em outro, seus amigos. Que aqueles que decidam ir não adiem a viajem senão que produzam em suas terras e reúnam dinheiro para os gastos; e que, uma vez concluído o inverno e chegada à primavera, se ponham em marcha com Deus como guia.”

À proposta de alistamento, todos gritaram : "Deus vult! Deus vult!" ( Deus quer!)

Os cristãos ficaram convencidos da justiça de sua causa e decidiram pela guerra.
A partida foi então destinada para 15 de agosto de 1096.

Proposta pelo Papa, para se distinguir o exercito, uma cruz vermelha deveria ser costurada à roupa. Diz Urbano II "...a conselho do espírito santo."

Mais informações, aqui.

sábado, 8 de agosto de 2009

O Islamismo

O post abaixo foi escrito em maio do ano passado, após um aulão sobre o islamismo. Leiam, assistam aos vídeos recomendados e se preparem para a prova de segunda-feira.

Domingo, 25 de Maio de 2008
O islamismo e a liberdade!


A palavra Islã significa submissão. Os muçulmanos têm como profissão de fé a submissão a Deus, no caso, Alá. Proclamar Alá como Deus único e Maomé como o seu último e mais importante profeta, além de seguir o Alcorão, são alguns dos aspectos dessa submissão. Portanto, a liberdade para um muçulmano consiste na aceitação desses pressupostos.

Na última 4ª feira, dia 21 de maio, houve uma aula sobre o islamismo, envolvendo as áreas de História, Ensino Religioso e Artes Visuais.

Dei início à aula exibindo dois vídeos que estão no youtube e que serviram de mote para a explicação de alguns aspectos históricos do Islã, e, principalmente, para tratar de um valor caro a mim: a liberdade de expressão. De forma resumida, a minha exposição tratou do seguinte:

Nos dois primeiros meses de 2006, protestos violentos foram protagonizados por grupos muçulmanos em diversas partes do mundo. O motivo: charges publicadas em jornais dinamarqueses que criticavam, sempre com humor, aspectos do islamismo. A reação de grupos radicais islâmicos, conhecidos erroneamente como fundamentalistas, foi imediata. Fizeram passeatas, queimaram bandeiras dinamarquesas, gritaram palavras de ordem contra o ocidente e os Estados Unidos. Repetiram palavras de amor ao profeta, a Alá, e, pasmem: ao terrorista Osama Bin Laden.

De todas as charges apresentadas, quero destacar a que está publicada no post. Dois aspectos nessa charge ofenderam a crença muçulmana: a charge exibe o profeta Maomé ( o nome correto é Mohammad, mas é mais fácil falar Maomé, acho) mostrando o rosto. Para um muçulmano isso é uma blasfêmia. Os muçulmanos rejeitam representar seu profeta máximo assim, pois consideram idolatria. Outro aspecto é o gracejo que a charge faz com a crença islâmica de que aquele que se sacrifica – entenda, dá a vida - em nome do Islã, receberá, como recompensa, virgens no paraíso. São tantos homens-bomba que, brinca a charge, não há mais virgens disponíveis. No Alcorão não há uma sura sequer que prove ou comprove essa promessa. A crença nas "72 virgens" teria surgido de um "Hadith", palavras de Maomé, garantindo que, no paraíso, uma das recompensas mais simples a que tem direito cada muçulmano que faça jus ao Paraíso, é ter 80 mil criados e 72 mulheres. Desse "Hadith" até a idéia de que os muçulmanos terão no Paraíso 72 virgens, foi um pulo.

Em 3 de fevereiro de 2006, uma parte da comunidade islâmica em Londres fez uma manifestação em frente à embaixada dinamarquesa, veja aqui. Chamei atenção para um aspecto: no ocidente, os valores democráticos permitem que um grupo que se sinta ofendido, discriminado, proteste livremente. Imaginem vocês um protesto de cristãos em Riad, capital da Arábia Saudita? Imaginem manifestações de grupos radicais de judeus e cristãos em Teerã ou Islamabad? Não imaginem, porque é simplesmente proibido.

É o Islã violento?

Muita gente tende a generalizar os conceitos fazendo uma relação direta entre terroristas que adotaram o islamismo como fé, e a religião. A confusão não pára aí. Confundem árabes com muçulmanos e vice-versa. A confusão fica assim:

O islamismo é uma religião violenta e seus seguidores são fanáticos, terroristas e assassinos. Como os árabes são muçulmanos, logo, todos os árabes são, no mínimo, suspeitos de serem terroristas.

Nada pior do que essas generalizações simplistas e preconceituosas. É verdade, reconheço, que as ações terroristas de grupos radicais muçulmanos, suas manifestações mundo afora, quase sempre violentas, ajudam, (e como!) a reforçar esse preconceito. Mas vamos corrigir algumas distorções:

1 – Ações terroristas não são exclusividades de grupos radicais muçulmanos. No ocidente, ainda há grupos que, apesar de cristãos, já adotaram ou ainda adotam ações terroristas. O IRA e o ETA, por exemplo. Até grupos sionistas (judeus) também já deram sua contribuição para o terror. Dessa forma, é importante não associar grupos terroristas à religião que eles professam. Não é verdade que todo muçulmano seja um terrorista, pior: que a religião islâmica justifica o terrorismo.

2 – Se é verdade que a maioria dos árabes é muçulmana, não é verdade que todos os muçulmanos do mundo, sejam árabes. Há, por exemplo, pequenos grupos de árabes no Líbano e em outros países da região, que são cristãos. Além do mais, desde a expansão islâmica após a morte de Maomé em 632, outros povos, não-árabes, converteram-se ao Islã. Hoje, o maior país muçulmano do mundo é a Indonésia, que não é árabe. Portanto, nem todo árabe é muçulmano, nem todo muçulmano é árabe.

Clique nos links abaixo e observe algumas imagens importantes e notícias sobre o islã.

Sunitas X Xiitas

A expansão islâmica entre os século VII e VIII

Onde surgiu o Islã

Império Bizantino

IMPÉRIO BIZANTINO (395 – 1453) Império Romano do Oriente


Por que Império Bizantino? A cidade de Constantinopla foi fundada na região onde ficava uma antiga colônia grega chamada Bizâncio e a partir do século VII o Império romano do oriente se heleniza, isto é, torna-se mais grego que latino




Destaques do Império Bizantino: O imperador Justiniano I (527 – 565)



Procurou reconquistar os territórios do ocidente, conquistando a península itálica, o norte da África e territórios no sul da Espanha e da França.

Mandou construir a obra mais monumental da arquitetura bizantina – A Catedral de Santa Sofia


OBS: A s torres ou minaretes que você vê na imagem não faziam parte do projeto original dessa basílica. Quando os turcos otomanos, convertidos ao islamismo, tomaram a cidade de Contantinopla em 1453, transformaram essa igreja numa mesquita, daí a existência desses minaretes ou torres.


Justiniano também elaborou o famoso Corpus Jurius Civilis que se dividia em 4 partes:


Código de Justiniano – reunia todas as leis romanas desde o imperador Adriano.


· Digesta ou Pandectas – Compilava um resumo das decisões jurídicas tomadas pelos juízes mais renomados da história do império romano. Tratava-se de uma obra de jurisprudência.


· As Institutas – um manual jurídico destinado a estudantes de Direito


· Novelas – As novas leis criadas no governo de Justiniano I.


Justiniano também enfrentou revoltas populares. As razões dessas revoltas foram basicamente duas:


· Impostos abusivos

· Divergências religiosas


A mais famosa dessas revoltas ocorreu bem no início do governo Justiniano, a Revolta de Nika em 532.


O IMPÉRIO BIZANTINO E A RELIGIÃO CRISTÃ


O Império Bizantino se forma ao mesmo tempo em que a religião cristã torna-se a religião oficial do império romano. A importância da religião cristã no império era decisiva. Tão importante que se pode dizer que o poder do imperador bizantino era teocrático.


O Cesaropapismo foi uma característica exclusiva do império bizantino. O cesaropapismo tornava o imperador bizantino chefe do Estado e também o chefe da Igreja. A principal característica do cesaropapismo é a subordinação da Igreja ao Estado.


Muitas heresias surgiram no Império Bizantino, por volta do século IV e V. Entre as mais famosas heresias, destacaram-se:


· Nestorianismo

· Monofisismo

· Arianismo.


As divergências doutrinárias provocaram sérias turbulências no império e em muitas delas havia um componente político, ou seja, representavam uma luta pela autonomia de algumas regiões do império bizantino contra o centralismo do imperador.


A Iconoclastia e o Cisma do Oriente.


O MOVIMENTO ICONOCLASTA – Séculos VIII e IX


No Império Bizantino o Movimento Iconoclasta representou a proibição de adoração às imagens (ícones). Buscava-se uma religião mais espiritualizada. Essa perseguição às imagens agravou as desconfianças entre os cristãos bizantinos e os cristãos ocidentais.

Contudo, em 843 no Segundo Concílio de Nicéia, os ícones foram aceitos sem questionamentos.


O CISMA DO ORIENTE (1054)


A divisão da unidade cristã em duas Igrejas:


Igreja católica ortodoxa grega (oriente)


Igreja católica apostólica romana (ocidente)


MOTIVOS:

· Divergências políticas

· Divergências doutrinárias

· Questionamento à autoridade do Papa como Chefe da Igreja.

· Discordância da Igreja Ocidental ao cesaropapismo.


A QUEDA DE CONSTANTINOPLA (1453)


Desde o século VI, época de Justiniano, o império bizantino vinha recebendo uma forte pressão de povos bárbaros, como húngaros e búlgaros. No século VII foi a vez dos árabes que em seu processo de expansão, tomou territórios do império bizantino na Palestina, Egito e norte da África.

No século XI o império enfrenta sua pior crise. Cercado pelos turcos, o imperador solicita ajuda ao Papa no ocidente o que deu início ao movimento das Cruzadas.


Em 1204, na chamada 4ª Cruzada, que partiu de Veneza, Constantinopla é saqueada, e por incrível que pareça, pelos cristãos do ocidente. O saque minou a capital do império e, em 1453, depois de um longo cerco dos turcos otomanos, convertidos ao islamismo, a capital, Constantinopla, cai nas mãos dos turcos.


AS CONSEQÜÊNCIAS OU OS SIGNIFICADOS DA QUEDA.


Para a maioria dos historiadores, representou o fim da Idade Média

Para os turcos, o domínio do mediterrâneo oriental e da região dos Bálcãs.