domingo, 5 de fevereiro de 2012

Introdução aos Estudos Históricos 1

Olá, pessoal!   

Passamos nossa primeira semana de aula e chegou a hora de revermos, em resumo, o conteúdo de história.
Iniciamos nossa aula lembrando a importância de se aprender história. Foi dito a vocês que o indivíduo, a comunidade ou a sociedade que ignora o seu passado, é incapaz de reconhecer a si mesmo.

Não estudamos o passado para mudar o futuro ou apenas como passatempo. Foi dito por um colega de vocês que “aprender história é dar mais um passo para nos afastar da ignorância.” Qualquer coisa que a gente aprende, eu diria, afasta-nos da ignorância.

Estudamos o passado para entender o que somos hoje e, em grande medida, também o que fomos. Estudamos o passado para descobrir como as sociedades antigas resolveram seus problemas e como essas soluções encontradas pelos antigos podem ser úteis para a sociedade de hoje. Enfim, História não é uma ciência do Passado, mas uma ciência que tem no Passado e nas realizações humanas ao longo do tempo, o seu objeto de estudo.

História, portanto, é uma ciência que estuda as realizações humanas no tempo.
 
Mas como o historiador pode ou consegue estudar sobre um passado que ele não conheceu ou mesmo viveu?  Como é possível ao historiador construir o conhecimento histórico?

De forma objetiva, a resposta a esta pergunta é: “através das fontes históricas”. Conclui-se, portanto, que sem as fontes históricas é impossível conhecer a história, pois o historiador não teria como pesquisa-la.
Fontes históricas são vestígios que revelam algo sobre o passado e que são usados pelo historiador na sua pesquisa. Esses vestígios podem ser: escritos e não-escritos. Entres as fontes históricas escritas podemos citar como exemplo: diários, anuários, cartas, bilhetes, documentos, revistas, jornais, livros, inscrições, etc. As fontes não-escritas podem ser fotos, pinturas, construções, monumentos, filmes, música, depoimentos orais, objetos, etc.

 ATENÇÃO:     

No século XIX, os historiadores só aceitavam como fontes históricas documentos escritos. Para esses historiadores, as sociedades e grupos humanos que ignoravam a escrita não podiam ter a sua história conhecida. Por isso, no século XIX, eles chamaram o período entre o aparecimento dos primeiros hominídeos e o surgimento da escrita - no Crescente Fértil e no Extremo Oriente - de Pré- História.  Contudo, essa visão não é mais aceita hoje em dia. Sociedades ou grupos humanos que não possuem escrita podem ter a sua história conhecida através das fontes históricas não-escrita.

 O Fato Histórico.

O que é um fato histórico? Certamente a maioria de vocês poderia responder que  fato histórico é um acontecimento muito importante, e não estaria errado. Mas o que torna um acontecimento do passado, entre tantos, importante ou mais importante que outros tantos? Aliás, quem determina que um acontecimento em particular foi importante? O que eu estou tentando explicar a vocês é que é o historiador quem determina que um acontecimento em especial foi um fato histórico. Isso é não feito de maneira imediata. Deixem-me ser mais claro: quando vemos na TV ou lemos em sites, jornais ou revistas, jornalistas afirmando que um acontecimento ou um discurso é histórico, nada mais é que força de expressão. Para um acontecimento se tornar um fato histórico é preciso que, ao longo do tempo, esse acontecimento revele a sua relevância. E quem revela ou prova essa relevância, é o historiador.

A Interpretação do Passado.

Agora chegamos num terreno perigoso. Será que o sabemos do Passado é verdade? Será que o que os livros contam sobre a II Guerra Mundial ou sobre o Império Romano, mais ainda: sobre os grupos humanos que viveram há milhares de anos, é mesmo verdade? Existe verdade no conhecimento histórico? Muitas dúvidas, não?

Em primeiro lugar, todo conhecimento do passado é uma interpretação do historiador. Ou seja, nenhum historiador reproduz fielmente o que ocorreu numa determinada época. Ele interpreta esses eventos, baseados, não esqueça, nas fontes históricas. Portanto, o conhecimento histórico não é baseado em mentiras ou invenções, mas é fruto de uma pesquisa rigorosa das fontes históricas. No entanto, a maneira de apresentar esse passado será sempre uma interpretação feita pelo historiador, e não o Passado fiel.
Um aluno curioso poderia me questinoar: “Professor, li certa vez que para alguns historiadores, Tiradentes foi o líder da Inconfidência Mineira, e para outros apenas um fantoche nas mãos dos homens ricos e poderosos que estavam insatisfeitos com a Coroa Portuguesa.  Quem mente?”

E aí? Eu poderia responder que nenhum dos dois está mentindo. Mas essa resposta não o convenceria. Então, preciso me estender. Em primeiro lugar, não só é possível como é inevitável que o conhecimento histórico, ou seja, o que sabemos sobre o Passado, sofra modificações ao longo do tempo. Por quê? Porque novas fontes históricas; novas técnicas de pesquisa, ou mesmo a época em que a pesquisa foi feita; novas tecnologias, novas ferramentas teóricas; enfim, tudo isso são fatores que modificam aquilo que sabemos sobre o Passado. O conhecimento histórico, portanto, não é estático ou absoluto. O que sabemos hoje, por exemplo, sobre a história do Brasil, daqui a cem anos ou menos, poderá ser considerado ultrapassado devido aqueles fatores destacados anteriormente. Por isso se diz que em se tratando de ciência, qualquer ciência, não existe uma verdade absoluta ou definitiva, entendeu?

5 comentários:

Mayza Alexandra disse...

ola!Prof°
Bom amei o blog, não gosto muito de historia mais com esse tempo que o senhor tem passando com agente eu estou tendo um pouco de interesse de estudar para essa materia.
Para dizer a verdade eu entedir mais aqui do que na sala
não sei explicar o por que acho que foi a forma que o senhor colaocou a suas palavra nesse blog
obrigado e continui assim beijos

Prof. Zé Paulo disse...

Obrigado,Maysa, pelas palavras. Que bom que você entendeu melhor lendo aqui no blog. Não deixe de fazer a tarefinha de casa.

Thiago Leite disse...

Olá Professor.

Sou aluno do 5 período do curso de História, aqui em Manaus-AM. Encontrei seu blog ontem a noite e já de cara adorei as postagens, em especial as referentes Idade Média - com a qual pretendo trabalhar.

Quero lhe dar os parabéns pelo blog, pelas postagens e dizer que acabou de ganhar um novo leitor.

Ps: O post sobre o discurso do Papa Urbano II foi o que mais me cativou até agora.

Prof. Zé Paulo disse...

Obrigado, Thiago.

Anônimo disse...

Querido professor, eu nao gosto de historia, mas eu nao sei pq , to achando muito interessante esse ano, acho que é o seu jeito de explicar q eu entendo bem, e o seu blog, que ajuda muuuuito pode ter certeza q esse blog, ajuda a entender a materia *-* beeijos.