sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

O Crescente Fértil

As mais famosas e antigas civilizações do Médio Oriente floresceram numa região que os historiadores da antiguidade batizaram de Crescente Fértil. Numa área predominantemente formada por cadeias de montanhas e grandes extensões desérticas, a existência de grandes rios como o Tigre, o Eufrates, o Nilo e o Jordão, possibilitaram o desenvolvimento da agricultura e sua consequência mais imediata: a sedentarização. A partir daí, surgiram vilas e cidades, o comércio se desenvolveu e apareceram os primeiros sinais de escrita.

No Crescente Fértil se desenvolveram a civilização egípcia, as civilizações que ocuparam a região entre os rios Tigre e Eufrates (Mesopotâmia), a civilização fenícia e hebraica. Mais a leste e, portanto, um pouco fora da área do Crescente Fértil, desenvolveu-se a civilização persa. 
São essas a civilizações que iremos estudar no capítulo 2 de nosso livro de história. Façam o Estudo Dirigido 1 e 2 e conheçam um pouco mais sobre esses povos cujas criações ajudaram a moldar a nossa civilização.

Desafios.

1- Qual a principal religião dos povos que hoje ocupam a área que no passado os historiadores chamavam de Crescente Fértil? 

2 - Essa religião é monoteísta ou politeísta?
3 - Qual a principal diferença entre a religião dos antigos egípcios e a religião das civilizações que ocuparam a Mesopotâmia?








sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Avaliando a compreensão do texto.

Há poucas certezas sobre o povoamento do continente americano. No entanto, as certezas que existem podem nos ajudar a compreender um pouco melhor esse assunto. Entre as certezas, destaco: a origem alóctone desses grupos, ou seja, os grupos humanos que ocuaparam a América são oriundo de outros continentes, como você pode observar no mapa que está no post abaixo. Além disso, esses grupos eram formados por humanos, isto é, já pertenciam ao gênero Homo e à espécie Sapiens. Não há dúvida também que houve duas ondas migratórias para a América. Uma mais antiga - a do povo de Luzia - e uma mais recente, que deu origem aos índígenas americanos. Finalmente, os cientistas acreditam firmemente que foi pelo estreito de Bering que esses grupos chegaram. 

Tais certezas, contudo, não impedem que perguntas importantes sobre o povoamento da América ainda não tenham uma resposta conclusiva. Por exemplo: em que época esses grupos chegaram? Há 15, 20 ou 30 mil anos? Há mais tempo que isso? Teria sido a rota pelo estreito de Bering a única rota de entrada? Há um grupo de cientistas que defendem a rota do Pacífico, embora essa hipótese seja bastante criticada pela maioria da comunidade científica.

Abaixo, leia as perguntas propostas e as responda na área de comentários do blog. Para respondê-las consulte o texto do post abaixo e as informações sobre a Pré-História que estão no seu caderno.

  1. Que elementos presentes no texto indicam que o povo de Luzia vivia no período paleolítico?
  2. Faça a distinção entre a morfologia australo-melanésia e a morfologia mongolóide.
  3. Por que é incorreto concluir que o povo de Luzia era negróide?
  4. Onde foi encontrado o crânio de Luzia e qual a novidade que o estudo desse crânio trouxe para o estudo do povoamento da América?
  5. Segundo o autor, o povo de Luzia, por apresentar caracteríticas similares as do aborígenes da Áustrália, confirma que esse povo chegou à América pela rota do pacífico? Justifique.







Os pioneiros das Américas



Leiam, abaixo, trecho de um artigo publicado em 2005 na revista Nossa História. No próximo post faço alguns comentários e deixo algumas perguntas que avaliarão a compreensão do texto e dos conteúdos vistos em sala de aula.


ACHADOS MOSTRAM QUE OS PRIMEIROS HABITANTES DO CONTINENTE SE PARECIAM MAIS COM OS POVOS DA AUSTRÁLIA E DA AFRICA DO QUE COM OS ÍNDIOS ATUAIS.



Eles foram os primeiros humanos a conhecerem as nossas terras. Se você está pensando nos portugueses, errou feio. Se nos índios, falhou novamente! Fisicamente eram semelhantes aos aborígenes australianos. Melhor pensar nos kung, da África do Sul, popularizados pelo filme Os deuses devem estar loucos. Trata-se do povo de Luzia. Sabemos agora que eles ocupavam toda a América Central e do Sul, e muito provavelmente a do norte também. Seus hábitos, organização social e estilo de vida eram parecidos com os dos índios atuais. Mas não eram agricultores: viviam exclusivamente da caça, da pesca e da coleta de vegetais e de outros produtos silvestres. No entanto, o que os distingue realmente dos indígenas que Cabral encontrou por aqui é sua biologia.

Os índios que vivem no Brasil e seus ancestrais remotos – que chegaram ao nosso continente há não muito mais do que 11 mil anos – são caracterizados por uma morfologia craniana (forma e feição da cabeça) similar aos asiáticos: mongóis, chineses e japoneses, por exemplo, denominados coletivamente como povos mongolóides. Já a feição dos primeiros americanos, que muito provavelmente chegaram ao Novo Mundo por volta de 13 ou 14 mil anos, era muito mais similar à dos australianos e africanos atuais. Sua morfologia craniana é denominada de “paleo-americana” (ou “australo-melanésia” no Velho Mundo). Não é correto chamá-los de “negróides”, já que não temos a menor ideia da cor da pele desses pioneiros. Essa é uma característica que passa por mudanças evolutivas muito rápidas, por ser uma resposta adaptativa à intensidade de insolação.

Mas uma coisa é certa. Estes povos também vieram da Ásia e entraram pelo estreito de Bering, que um dia já uniu o extremo norte do Alasca e da Sibéria. Mais tarde, os ancestrais dos índios atuais usaram a mesma rota. Pouca gente sabe, mas no leste da Ásia, antes do aparecimento da morfologia mongolóide, viveram povos similares aos autralo-melanésios de hoje e, portanto, muito parecidos com os paleo-americanos do passado.
Alguns autores acreditam que a morfologia mongolóide, caracterizada por uma cabeça arredondada, associada a uma face plana e larga, foi resultado da ação do frio intenso do norte asiático sobre a morfologia australo-melanésia. (caracterizada por uma cabeça oval, com a face projetada para frente e estreita). Outros acham que o fenômeno pode ter envolvido uma contribuição genética de europeus que chegaram à Sibéria pelo norte da Europa. De qualquer forma, há um certo consenso de que tal evolução se deu muito provavelmente entre o final do Plesistoceno e o início do Holoceno, em torno de 10 mil anos atrás. Por isso, não é necessário pensar em hipóteses mirabolantes, como por exemplo migrações pelo oceano da Austrália para a América do Sul, para explicar a presença no Novo Mundo de humanos similares aos aborígenes.

Este quadro começou a ser montado no final dos anos 80. Um de nós (Walter Neves), juntamente com o bio-antropólogo argentino Hector Pucciarelli, da Universidade de La Plata, analisou uma pequena amostra de crânios supostamente muito antigos, exumados pelo naturalista dinamarquês Peter Lund, na Gruta do Sumidouro, em Lagoa Santa, Minas Gerais, em meados do século XIX, comparando-os com esqueletos dos cinco continentes.

Walter Neves e Mark Hubbe; Revista Nossa História; Ano 2/n° 22; agosto de 2005. Págs 16 e 17.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

A Origem da Humanidade.




Quando se estuda a origem da humanidade um certo conflito se estabelece entre o que diz a Ciência e o que afirma as religiões. Por isso, quero esclarecer que o que vamos estudar a partir de agora é a explicação científica para a origem da humanidade. Sua Fé, ou sua convicção religiosa merece o nosso total respeito, e você está livre para discordar desse, daquele ou de todos os pontos. No entanto, discordar de uma explicação não implica ignorá-la, ou, simplesmente, dizer que se recusa a conhecê-la e discuti-la.

Não é nosso objetivo, com a explicação científica para a origem da humanidade, abalar suas convições de Fé. Nosso objetivo é mostrar que existe uma explicação científica para o surgimento dos grupos humanos, apenas isso.

No mapa abaixo, aparecem os locais onde foram encontrados os vestígios dos australopithecus:



Para os cientistas, há milhoes de anos, no continente africano, surgiram os primeiros hominídeos (nome que os cientistas dão aos ancestrais do homem moderno). Basicamente, os homínideos se dividem em dois grupos: o gênero Australopithecus e o gênero Homo. Na escala evolutiva, os hominídeos do gênero homo são mais recentes. A raça humana, por exemplo, pertence ao gênero Homo e à espécie sapiens. Vejam a figura abaixo.

Como distinguir um gênero do outro? Ou mesmo uma espécie da outra? Há várias formas. A mais conhecida, contudo, é aquela que avalia a capacidade craniana dos hominídeos. Geralmente, quanto maior a capacidade mais desenvolvido é o gênero ou a espécie do homínideo. Dessa forma, o crânio de um Australopithecus será menor que a de um Homo. 

Um equívoco comum entre os alunos é imaginar que cada nova espécie de hominídeo aparece quando a anterior desapareceu. É um erro. Há muitas evidências de que espécies diferentes tenham coexistido. O que explica a sobrevivência de uma espécie em relação a outra é o conceito de evolucionismo, criado por Charles Darwin em 1859, no livro  A Origem das Espécies.

Como os cientistas chegam à data dos fósseis encontrados? Há várias técnicas de datação de um fóssil. Uma das técnicas mais conhecidas é a do Carbono 14, que você pode saber mais lendo o box que está na página 9 do seu livro de história. A outra é a da Termoluminescência. A primeira é mais adequada para vestígios orgânicos, de até 70 mil anos, e a outra para os inorgânicos.

Além dessas técnicas, há a chamada datação indireta. Quando um artefato ou fóssil é encontrado numa camada geológica, os cientistas atribuem àquele artefato ou fóssil a idade da camada geológica. Essa é uma típica técnica de datação indireta.

Sobre o assunto recomendo os dois links abaixo.

1 - Mais um parente?

2 - Como nascem as hipóteses...



O CONCEITO DE PRÉ-HISTÓRIA



A divisão tradicional da história separa os períodos históricos em quatro idades: a idade antiga; a idade média; a idade moderna; e a idade contemporânea. Quando essa divisão se consolidou, no século XIX, uma pergunta inquietava os especialistas: como chamar o período que antecedeu o surgimento da escrita? Naquela época, acreditava-se que apenas as sociedades que dominavam a escrita podiam ter as suas realizações (história), conhecidas. Dessa forma, os grupos humanos e as sociedades que não dominavam a técnica da escrita viviam antes da história, portanto, na pré-história. A partir dessa premissa, os especialistas decidiram chamar de Pré-História esse período que começa com a origem da humanidade e vai até o surgimento da escrita.

O conceito de Pré-História destacado acima era o conceito no século XIX. Atualmente, considera-se um erro afirmar que as sociedades ágrafas (sem escrita) não podem ter as suas histórias estudadas. Vestígios materiais deixados pelos seres humanos, como: armas, vasos, ferramentas, pinturas, esculturas, entre outros exemplos, são fontes passíveis de revelar o passado desses grupos. Chama-se de cultura material esses vestígios

O conceito moderno de pré-história, portanto, afirma que a cultura material deixada por esses grupos revela como esses grupos viviam, se organizavam, produziam e quais as suas crenças. Enfim, mesmo sem a escrita, é possível conhecer a história desses grupos. 

Há várias ciências que ajudam no conhecimento do período pré-histórico. Juntas, suas descobertas vão clareando a escuridão desses tempos remotos. Entre essas ciências, podemos destacar a ARQUEOLOGIA, a ANTROPOLOGIA e a PALEONTOLOGIA.

Em sala de aula, e nas páginas 08 a 16 do seu livro de história mais informações serão acrescentadas para consolidar o conhecimento sobre esse assunto. Recomendo a leitura na página 7 do box DISSERAM A RESPEITO que esclarece o conceito científico de evolução.

Abaixo, um trecho do filme A Guerra do Fogo, de 1982, onde é possível ver como viviam os primeiros humanos.


Assistindo ao vídeo acima, escreva, na área de comentários, qual a importância do fogo para os grupos humanos na pré-história.