José de San Martín à esquerda e Símon Bolivar acima e à direita. Líderes da independência da América espanhola.
(Leia primeiro o post abaixo)
José de San Martín e Simon Bolívar foram importantes líderes na independência dos vice-reinos do Prata, Nova Granada, do Peru e das capitanias gerais do Chile e da Venezuela.
Partindo da Argentina, que havia declarado sua independência em 1816, o general San Martín libertou o Chile e comandou seus homens, cerca de 5 mil soldados, para o vice-reino do Peru, o mais fiel à coroa espanhola e o mais difícil de ser derrotado.
Simon Bolívar, com apoio da Inglaterra e dos Estados Unidos, junto com seus solados, libertou a Venezuela, a Colômbia, o Equador e encontrou o exército de San Martín no vice-reino do Peru. A ação de ambos os exércitos acabou derrotando as forças leais à Espanha no vice-reino do Peru, que também declarou sua independência em 1824.
Embora a história chame Bolívar e San Martín de “Líderes da Independência”, é importante lembrar que estes homens tinham projetos políticos diferentes. San Martín defendia um governo monárquico, enquanto Simon Bolívar defendia um governo republicano.
O BOLIVARISMO
Em 1826, no Congresso do Panamá, Simon Bolívar propõe um projeto ambicioso: a união dos territórios da América espanhola num só país republicano e independente. O sonho de uma América Latina unida, republicana e solidária ficou conhecido como bolivarismo, o primeiro exemplo de pan-americanismo do continente. Apesar de os países formados a partir das colônias espanholas da América terem adotado o sistema republicano de governo, o bolivarismo, contudo, fracassou. Veja, abaixo, porquê.
- Os líderes criollos tinham interesses divergentes e muitas vezes opostos. Os criollos da Venezuela, por exemplo, defendiam um modelo de economia mais aberta, sem protecionismo, o que desagradava os criollos do Equador que queriam uma economia mais fechada, com protecionismo. Enfim, interesses econômicos divergentes foram um dos motivos para o fracasso do bolivarismo. No entanto, houve outros.
- Tanto a Inglaterra quanto os Estados Unidos, países que apoiaram a independência das colônias, não apoiavam o projeto do bolivarismo, pois temiam que uma América Latina unida poderia se transformar num obstáculo para a dominação econômica que esses países pretendiam impor aos países recém- independentes.
O CASO URUGUAI
Em 1821, no extremo sul do Brasil, foi anexado ao território brasileiro uma região disputada pelo Brasil e pela Argentina. Essa região ficou conhecida como Província Cisplatina. Em 1825, Brasil e Argentina passaram a disputar a região, dando início à chamada Guerra da Cisplatina. Após três anos de conflitos e com a interferência da Inglaterra, os beligerantes assinam um acordo de paz e o território em disputa torna-se um novo país: a República Oriental do Uruguai.
Por que a América espanhola, após a independência, fragmentou-se em diversos países?
As razões que explicam o fracasso do bolivarismo, também explicam o fato de os territórios dos vice-reinos, depois de conquistada a independência, terem se fragmentado em países menores. Uma outra causa, para somar-se às demais, deve ser lembrada:
cada vice-reino e cada capitania geral era uma colônia à parte (lembre-se que na América espanhola havia 4 vices-reinos e 4 capitanias gerais), desse modo, não havia entre os vice-reinos da Espanha na América qualquer ligação. Era como se fossem colônia separadas. Elas não se sentiam pertencentes a um mesmo grupo. Também por isso, o sonho do bolivarismo fracassou.
PERGUNTAS
01) Qual a principal diferença no projeto político de independência do general San Martín e do general Simon Bolívar?
02) Defina o bolivarismo e, em seguida, apresente três razões para o seu fracasso.
03) Como se deu a independência do Uruguai?