terça-feira, 16 de abril de 2013

Mudou a imagem dos Bandeirantes.


O Bandeirante ideal
 APARÊNCIA MAJESTOSA
O bandeirante aparece como homem imponente e altivo, de olhar severo. A inspiração são as representações majestosas dos quadros de Rigaud, pintor que se consagrou representando o rei francês Luís XIV.

PELE CLARA
Os dois sertanistas do quadro de Benedito Calixto são brancos, traços tipicamente europeus. A cor também remete à elite paulista, que no início do século passado quis se associar à imagem dos desbravadores.

FÍSICO ROBUSTO
O retrato mostra um desbravador opulento, forma pouco provável para um homem que se embrenhava na selva. A silhueta avantajada se justifica porque essa é a representação típica dos ricos da época.

TRAJE DE GALA
Impecavelmente alinhados, o chapéu, a baeta (manta), a calça, a camisa e as botas eram um vestuário urbano, geralmente utilizado em festas religiosas - jamais durante expedições no meio da mata.

PAISAGEM FANTÁSTICA
A mata aberta é uma licença poética do pintor para mostrar a serra onde ficava o Quilombo dos Palmares, reduto de escravos fugidos que o bandeirante Domingos Jorge Velho dizimou numa expedição.

ARMAS DA BATALHA
A faca do quadro é muito fina, inadequada para a tarefa de cortar as folhas e abrir caminho na mata fechada. A arma de fogo, um arcabuz, é uma das poucas coisas que correspondem à realidade.

O SUBALTERNO
Com a intenção de destacar ainda mais a figura de Domingos Jorge Velho, o pintor aparece atrás do sertanista. Como o líder da bandeira, ele também tem pele de cor clara.


O BANDEIRANTE REAL.

NOSSA RECRIAÇÃO A ilustração retrata os sertanistas segundo a descrição de documentos históricos. Ilustração: Éber Evangelista
 QUADRO CLÁSSICO Domingos Jorge Velho e o Loco-tenente Antônio Fernandes Abreu, de 1903, é idealização do pintor. Reprodução Hélio Nobre

APARÊNCIA CANSADA
Aqui, o bandeirante surge sem a imponência forçada retratada por Benedito Calixto. Ao contrário: na casa dos 60 anos e desgastado pelas expedições e combates na mata, parece cansado e abatido.

PELE MORENA
Documentos indicam que os sertanistas eram produto da mestiçagem - a maioria deles era de mamelucos. Por isso, a ilustração mostra uma pele morena, com traços indígenas e envelhecida pelo sol.

FÍSICO RAQUÍTICO 
Nada de gorduras corporais: acostumados a longas caminhadas, os bandeirantes eram magros. Em alguns casos, quase desnutridos: na selva, comiam pouco e, não raro, passavam fome.

ROUPA VELHA
Botas eram artigo de luxo: os desbravadores andavam descalços, usavando chapéu e colete de couro de anta para se protegerem das flechas. Colares e penas índigenas se misturavam a crucifixos.

PAISAGEM DRAMÁTICA 
A visão mais comum para os desbravadores era um mar de árvores, que tinha de ser aberto a golpes de facão. Além disso, os expedicionários ficavam sujeitos a todas as dificuldades e perigos da vida selvagem.

AS ARMAS DA BATALHA
Apesar de usarem arma de fogo e escudo, os bandeirantes incorporaram influências dos nativos no armamento. Por serem simples de construir e muito eficazes, arco e flecha eram muito presentes.

O COMPANHEIRO
O índio - que, além de mostrar os caminhos, era o responsável pela alimentação - aparece aqui ao lado do bandeirante, reforçando a idéia de parceria que nem sempre é mencionada nos livros didáticos.

Fonte aqui.

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