domingo, 6 de março de 2011

Modo de Produção Primitivo e Modo de Produção Asiático


MODO DE PRODUÇÃO PRIMITIVO





Na teoria marxista as comunidades que viviam sob esse modo de produção caracterizavam-se por uma economia coletora e caçadora e pela inexistência de classes sociais. Não existia a propriedade privada dos meios de produção. O que era produzido era igualmente dividido entre os membros da comunidade.


Havia uma divisão do trabalho baseada no gênero, isto é: homens e mulheres exerciam  funções distintas. Normalmente cabia aos homens o trabalho da caça, da metalurgia  e o preparo do terreno nas comunidades que conheciam a agricultura. Às mulheres estava reservado o trabalho de coleta, do artesanato e do cultivo agrícola.

Vimos que a descoberta da agricultura no período neolítico provocou uma série de modificações nas relações dos grupos humanos com a natureza e entre si. Por isso, os historiadores denominam as transformações ocorridas a partir do desenvolvimento da agricultura de Revolução Neolítica.  Uma dessas transformações foi o surgimento da propriedade privada; da especialização do trabalho e o aparecimento das classes sociais.

MODO DE PRODUÇÃO ASIÁTICO.¹



O chamado modo de produção asiático ou sociedades hidráulicas caracteriza os primeiros Estados surgidos na Ásia Oriental, Índia, China e na região do Crescente Fértil. A agricultura, base da economia desses Estados, era praticada por comunidades de camponeses presos à terra, que não podiam abandonar seu local de trabalho e viviam submetidos a um regime de trabalho compulsório. Na verdade, esses camponeses (ou aldeões) tinham acesso à coletividade das terras de sua comunidade, ou seja, pelo fato de pertencerem a tal comunidade, eles tinham o direito e o dever de cultivar as terras desta.
Todas as comunidades deviam tributos e serviços ao Estado, representado pelas figuras do imperador, rei ou faraó que se apropriavam do excedente agrícola (produção que supera o consumo imediato), distribuindo-o entre a nobreza, formada por sacerdotes e guerreiros.

Esse Estado todo-poderoso - onde os reis ou imperadores eram considerados deuses - interferia diretamente no controle da produção. Nos períodos entre as safras, era comum o deslocamento de grandes levas de trabalhadores (servos e escravos) para a construção de imensas obras públicas, principalmente canais de irrigação e monumentos. Esse tipo de poder, também denominado despotismo oriental, marcado pela formação de grandes comunidades agrícolas e pela apropriação dos excedentes de produção, caracteriza a passagem das sociedades sem classes das primitivas comunidades da pré-história (modo de produção primitivo) para as sociedades de classes. Nestas, predominam a servidão entre explorados e exploradores, embora a propriedade privada ainda fosse pouco difundida.
Guardadas as particularidades históricas, pode-se afirmar que os primeiros Estados surgidos no Oriente Próximo (egípcios, babilônios, assírios, fenícios, hebreus, persas) também na América pré-colombiana nas sociedades incas e maias desenvolveram esse tipo de sociedade. Essas sociedades também podem ser consideradas sociedades hidráulicas, pois também dominaram técnicas de drenagem e utilização da força de rios para agricultura. Por fim, a servidão coletiva era o modo de pagamento para o rei ou faraó pela utilização de suas terras. Outro aspecto que marca o modo de produção "asiático" é a diferenciação social, onde sacerdotes, servos e reis possuem funções sociais diferentes.


1 – fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Modo_de_produ%C3%A7%C3%A3o_asi%C3%A1tico

sábado, 5 de março de 2011

A Divisão Marxista da História.


Aprendemos em sala de aula que na maioria dos livros didáticos – ouso dizer em todos – a divisão da História estabelece quatro idades: Idade Antiga; Média, Moderna e Contemporânea. Antes da idade antiga, há a chamada Pré-História. É o que se conhece como Divisão Tradicional da História.

Agora vamos aprender pelo blog que existe outra forma de se dividir a história. 

No século XIX, Karl Marx e F. Engels afirmavam que a análise histórica das sociedades deveria levar em conta as bases de produção dessas sociedades e as relações de trabalho entre as classes sociais de uma determinada época. Marx afirmava que reduzir a História a um mero conjunto de fatos e feitos nos impedia de compreender que a essência da história estava na forma de como as sociedades produziam suas riquezas e na luta de classes

No Manifesto Comunista, panfleto de 1848 escrito por Marx e Engels, está escrito: “A história de todas as sociedades que existiram até nossos dias tem sido a história da luta de classes”¹ Sendo assim, Marx e Engels propõem uma nova forma de se dividir a história. Essa nova divisão, conhecida como marxista, estabelece seis modos de produção:

  • 1.     Modo de Produção Primitivo
  • 2.     Modo de Produção Asiático
  • 3.     Modo de Produção Escravista
  • 4.     Modo de Produção Feudal
  • 5.     Modo de Produção Capitalista
  • 6.     Modo de Produção Socialista
No primeiro ano do ensino médio precisamos aprender sobre os quatro primeiros. Daí a necessidade de se conhecer as características desses Modos de Produção.

Antes de prosseguir, porém, é fundamental definir e distinguir Modo de Produção e Meios de Produção.

Modo de Produção:

É a forma como uma sociedade produz sua riqueza, organiza a sua produção e como ocorrem as relações de trabalho nessa sociedade numa determinada época. Assim, na Pré-História, haverá um modo de produção característico; na antiguidade oriental, outro modo de produção; na antiguidade clássica, mais outro, e por aí vai.

Relacionando a Divisão Tradicional da História com a Divisão Marxista da Hstória podemos estabelecer, grosso modo, o seguinte quadro:


Pré-História
Modo de produção primitivo
Antiguidade oriental
Modo de Produção Asiático
Antiguidade Clássica
Modo de Produção Escravista

Idade Média
Modo de Produção Feudal

Idade Moderna
Modo de Produção Capitalista
Idade Contemporânea
Modo de Produção Capitalista 
Modo de Produção Socialista


Meios de Produção

É tudo o que é utilizado para produzir a riqueza da soziedade. A terra, as ferramentas, as máquinas, as instalações fabris, são o que Marx chamou de meios de produção. Na teoria marxista, os donos dos meios de produção tornam-se classe dominante e opressora. Dessa forma, o dono da fábrica, da terra, das máquinas, das ferramentas, é o dono dos meios de produção. O camponês, o servo, o operário, cuja única posse é a força de trabalho, tornam-se, para os marxistas, a classe oprimida.

No próximo post vamos caracterizar os 4 primeiros Modos de Produção e lançar o desafio.

1 - MARX, K. H; ENGELS, F. O Manifesto Comunista. Fonte digital RocketEdition de 1999 a partir de html em www.jahr.org.