O incrível exército de Brancaleone (Armata Brancaleone, L'). O filme é uma sátira sobre valores da cavalaria e o seu contexto histórico é a Baixa Idade Média.
O trecho postado no blog faz uma referência à famosa Cruzadas dos Pobres que, segundo a Tradição, foi liderada por um fanático chamado Pedro, o eremita e antecedeu à Primeira Cruzada.
O filme é uma comédia e se você tiver tempo, assista-o na íntegra e dê boas risadas.
ATENÇÃO:
A existência de líderes religiosos entre o povo era comum no período. Muitos homens, mulheres e crianças seguiam esses líderes na esperança do perdão dos pecados e da cura de doenças incuráveis.
Não consegui no youtube uma versao dublada ou legendada. Porém, mesmo em italiano, as imagens ajudam você a compreender a cena!
Discurso de Urbano II no concilio de Clermont de 1095 Segundo Fulquerio de Chartres
“Meus queridos irmãos, ungido pela necessidade, eu, Urbano, com a permissão de Deus o bispo chefe e prelado de todo o mundo, vim até esse lugar na qualidade de embaixador, trazendo uma mensagem divina a todos os servos de Deus. (...)
Posto que vossos irmãos que vivem no Oriente requerem urgentemente as vossas ajudas, e vós deveis esmerar para prestar-lhes a assistência que a eles vem sendo prometida faz tanto tempo. Aí que, como sabeis todos, os Turcos e os árabes, os tens atacado e estão conquistando vastos territórios da terra de România (Império Bizantino), tanto no oeste como na costa do Mediterrâneo e em Helesponto, que é chamado o braço de São Jorge.
Estão ocupando cada vez mais e mais os territórios cristãos, e já venceram sete batalhas. Estão matando e capturando muitos, e destruindo as igrejas e devastando o império.
Se vós, impuramente, permitires que isso continue acontecendo, os fieis de Deus seguirão sendo atacados, cada vez com mais dureza. Em vista disso, eu, e não bastante, Deus, os designa como herdeiros de Cristo para anunciar em todas as partes e para convencer as pessoas de todas as gamas, os infantes e cavaleiros, para socorrer prontamente aqueles cristãos e destruir a essa raça vil que ocupa as terras de nossos irmãos. Digo isto para os presentes, mas também se aplica a aqueles ausentes. Mais ainda, Cristo mesmo os ordena.
Todos aqueles que morrerem pelo caminho, seja por mar ou por terra, em batalha contra os pagãos, serão absolvidos de todos seus pecados. Isso lhe é garantido por meio do poder com que Deus me investiu. Oh terrível desgraça se uma raça tão cruel e baixa, que adora demônios, conquistar a um povo que possui a fé de Deus onipotente e tem sido glorificado em nome de Cristo! Com quantas reprovações nos oprimiria o Senhor se não ajudarmos a aqueles, que como nós, professam a fé de Cristo! Façamos que aqueles que estão promovendo a guerra entre fieis marchem agora a combater contra os infiéis e conclua em vitória uma guerra que deveria ter se iniciado há muito tempo. Que aqueles que por muito tempo tem sido foragidos, que agora sejam cavaleiros. Que aqueles que estão pelejando com seus irmãos e parentes, que agora lutem de maneira apropriada contra os bárbaros. Que aqueles que estão servindo de mercenários por pequena quantia, ganhem agora a recompensa eterna. Que aqueles que hoje se malograram em corpo tanto como em alma, se dispunham a lutar por uma honra em dobro.
Vejam! Neste lado estarão os que lamentam e os pobres, e neste outro, os ricos; neste lado, os inimigos do Senhor, e em outro, seus amigos. Que aqueles que decidam ir não adiem a viajem senão que produzam em suas terras e reúnam dinheiro para os gastos; e que, uma vez concluído o inverno e chegada à primavera, se ponham em marcha com Deus como guia.”
À proposta de alistamento, todos gritaram : "Deus vult! Deus vult!" ( Deus quer!)
Os cristãos ficaram convencidos da justiça de sua causa e decidiram pela guerra. A partida foi então destinada para 15 de agosto de 1096.
Proposta pelo Papa, para se distinguir o exercito, uma cruz vermelha deveria ser costurada à roupa. Diz Urbano II "...a conselho do espírito santo."
O post abaixo foi escrito em maio do ano passado, após um aulão sobre o islamismo. Leiam, assistam aos vídeos recomendados e se preparem para a prova de segunda-feira.
Domingo, 25 de Maio de 2008 O islamismo e a liberdade!
A palavra Islã significa submissão. Os muçulmanos têm como profissão de fé a submissão a Deus, no caso, Alá. Proclamar Alá como Deus único e Maomé como o seu último e mais importante profeta, além de seguir o Alcorão, são alguns dos aspectos dessa submissão. Portanto, a liberdade para um muçulmano consiste na aceitação desses pressupostos.
Na última 4ª feira, dia 21 de maio, houve uma aula sobre o islamismo, envolvendo as áreas de História, Ensino Religioso e Artes Visuais.
Dei início à aula exibindo dois vídeos que estão no youtube e que serviram de mote para a explicação de alguns aspectos históricos do Islã, e, principalmente, para tratar de um valor caro a mim: a liberdade de expressão. De forma resumida, a minha exposição tratou do seguinte:
Nos dois primeiros meses de 2006, protestos violentos foram protagonizados por grupos muçulmanos em diversas partes do mundo. O motivo: charges publicadas em jornais dinamarqueses que criticavam, sempre com humor, aspectos do islamismo. A reação de grupos radicais islâmicos, conhecidos erroneamente como fundamentalistas, foi imediata. Fizeram passeatas, queimaram bandeiras dinamarquesas, gritaram palavras de ordem contra o ocidente e os Estados Unidos. Repetiram palavras de amor ao profeta, a Alá, e, pasmem: ao terrorista Osama Bin Laden.
De todas as charges apresentadas, quero destacar a que está publicada no post. Dois aspectos nessa charge ofenderam a crença muçulmana: a charge exibe o profeta Maomé ( o nome correto é Mohammad, mas é mais fácil falar Maomé, acho) mostrando o rosto. Para um muçulmano isso é uma blasfêmia. Os muçulmanos rejeitam representar seu profeta máximo assim, pois consideram idolatria. Outro aspecto é o gracejo que a charge faz com a crença islâmica de que aquele que se sacrifica – entenda, dá a vida - em nome do Islã, receberá, como recompensa, virgens no paraíso. São tantos homens-bomba que, brinca a charge, não há mais virgens disponíveis. No Alcorão não há uma sura sequer que prove ou comprove essa promessa. A crença nas "72 virgens" teria surgido de um "Hadith", palavras de Maomé, garantindo que, no paraíso, uma das recompensas mais simples a que tem direito cada muçulmano que faça jus ao Paraíso, é ter 80 mil criados e 72 mulheres. Desse "Hadith" até a idéia de que os muçulmanos terão no Paraíso 72 virgens, foi um pulo.
Em 3 de fevereiro de 2006, uma parte da comunidade islâmica em Londres fez uma manifestação em frente à embaixada dinamarquesa, veja aqui. Chamei atenção para um aspecto: no ocidente, os valores democráticos permitem que um grupo que se sinta ofendido, discriminado, proteste livremente. Imaginem vocês um protesto de cristãos em Riad, capital da Arábia Saudita? Imaginem manifestações de grupos radicais de judeus e cristãos em Teerã ou Islamabad? Não imaginem, porque é simplesmente proibido.
É o Islã violento?
Muita gente tende a generalizar os conceitos fazendo uma relação direta entre terroristas que adotaram o islamismo como fé, e a religião. A confusão não pára aí. Confundem árabes com muçulmanos e vice-versa. A confusão fica assim:
O islamismo é uma religião violenta e seus seguidores são fanáticos, terroristas e assassinos. Como os árabes são muçulmanos, logo, todos os árabes são, no mínimo, suspeitos de serem terroristas.
Nada pior do que essas generalizações simplistas e preconceituosas. É verdade, reconheço, que as ações terroristas de grupos radicais muçulmanos, suas manifestações mundo afora, quase sempre violentas, ajudam, (e como!) a reforçar esse preconceito. Mas vamos corrigir algumas distorções:
1 – Ações terroristas não são exclusividades de grupos radicais muçulmanos. No ocidente, ainda há grupos que, apesar de cristãos, já adotaram ou ainda adotam ações terroristas. O IRA e o ETA, por exemplo. Até grupos sionistas (judeus) também já deram sua contribuição para o terror. Dessa forma, é importante não associar grupos terroristas à religião que eles professam. Não é verdade que todo muçulmano seja um terrorista, pior: que a religião islâmica justifica o terrorismo.
2 – Se é verdade que a maioria dos árabes é muçulmana, não é verdade que todos os muçulmanos do mundo, sejam árabes. Há, por exemplo, pequenos grupos de árabes no Líbano e em outros países da região, que são cristãos. Além do mais, desde a expansão islâmica após a morte de Maomé em 632, outros povos, não-árabes, converteram-se ao Islã. Hoje, o maior país muçulmano do mundo é a Indonésia, que não é árabe. Portanto, nem todo árabe é muçulmano, nem todo muçulmano é árabe.
Clique nos links abaixo e observe algumas imagens importantes e notícias sobre o islã.
IMPÉRIO BIZANTINO (395 – 1453) Império Romano do Oriente
Por que Império Bizantino? A cidade de Constantinopla foi fundada na região ondeficava uma antiga colônia grega chamada Bizâncio e a partir do século VII o Império romano do oriente se heleniza, isto é, torna-se mais grego que latino
Destaques do Império Bizantino: O imperador Justiniano I (527 – 565)
Procurou reconquistar os territórios do ocidente, conquistando a península itálica, o norte da África e territórios no sul da Espanha e da França.
Mandou construir a obra mais monumental da arquitetura bizantina – A Catedral de Santa Sofia
OBS: A s torres ou minaretes que você vê na imagem não faziam parte do projeto original dessa basílica. Quando os turcos otomanos, convertidos ao islamismo, tomaram a cidade de Contantinopla em 1453, transformaram essa igreja numa mesquita, daí a existência desses minaretes ou torres.
Justiniano também elaborou o famoso Corpus Jurius Civilis que se dividia em 4 partes:
Código de Justiniano – reunia todas as leis romanas desde o imperador Adriano.
·Digesta ou Pandectas – Compilava um resumo das decisões jurídicas tomadas pelos juízes mais renomados da história do império romano. Tratava-se de uma obra de jurisprudência.
·As Institutas – um manual jurídico destinado a estudantes de Direito
·Novelas – As novas leis criadas no governo de Justiniano I.
Justiniano também enfrentou revoltas populares. As razões dessas revoltas foram basicamente duas:
·Impostos abusivos
·Divergências religiosas
A mais famosa dessas revoltas ocorreu bem no início do governo Justiniano, a Revolta de Nika em 532.
O IMPÉRIO BIZANTINO E A RELIGIÃO CRISTÃ
O Império Bizantino se forma ao mesmo tempo em que a religião cristã torna-se a religião oficial do império romano. A importância da religião cristã no império era decisiva. Tão importante que se pode dizer que o poder do imperador bizantino era teocrático.
O Cesaropapismo foi uma característica exclusiva do império bizantino. O cesaropapismo tornava o imperador bizantino chefe do Estado e também o chefe da Igreja. A principal característica do cesaropapismo é a subordinação da Igreja ao Estado.
Muitas heresias surgiram no Império Bizantino, por volta do século IV e V. Entre as mais famosas heresias, destacaram-se:
·Nestorianismo
·Monofisismo
·Arianismo.
As divergências doutrinárias provocaram sérias turbulências no império e em muitas delas havia um componente político, ou seja, representavam uma luta pela autonomia de algumas regiões do império bizantino contra o centralismo do imperador.
A Iconoclastia e o Cisma do Oriente.
O MOVIMENTO ICONOCLASTA – Séculos VIII e IX
No Império Bizantino o Movimento Iconoclasta representou a proibição de adoração às imagens (ícones). Buscava-se uma religião mais espiritualizada. Essa perseguição às imagens agravou as desconfianças entre os cristãos bizantinos e os cristãos ocidentais.
Contudo, em 843 no Segundo Concílio de Nicéia, os ícones foram aceitos sem questionamentos.
O CISMA DO ORIENTE (1054)
A divisão da unidade cristã em duas Igrejas:
Igreja católica ortodoxa grega (oriente)
Igreja católica apostólica romana (ocidente)
MOTIVOS:
·Divergências políticas
·Divergências doutrinárias
·Questionamento à autoridade do Papa como Chefe da Igreja.
·Discordância da Igreja Ocidental ao cesaropapismo.
A QUEDA DE CONSTANTINOPLA (1453)
Desde o século VI, época de Justiniano, o império bizantino vinha recebendo uma forte pressão de povos bárbaros, como húngaros e búlgaros. No século VII foi a vez dos árabes que em seu processo de expansão, tomou territórios do império bizantino na Palestina, Egito e norte da África.
No século XI o império enfrenta sua pior crise. Cercado pelos turcos, o imperador solicita ajuda ao Papa no ocidente o que deu início ao movimento das Cruzadas.
Em 1204, na chamada 4ª Cruzada, que partiu de Veneza, Constantinopla é saqueada, e por incrível que pareça, pelos cristãos do ocidente. O saque minou a capital do império e, em 1453, depois de um longo cerco dos turcos otomanos, convertidos ao islamismo, a capital, Constantinopla, cai nas mãos dos turcos.
AS CONSEQÜÊNCIAS OU OS SIGNIFICADOS DA QUEDA.
Para a maioria dos historiadores, representou o fim da Idade Média
Para os turcos, o domínio do mediterrâneo oriental e da região dos Bálcãs.