segunda-feira, 27 de outubro de 2014

A IDADE MODERNA E A ARTE RENASCENTISTA

 
Tradicionalmente, o período histórico conhecido como Idade Moderna se estende do século XV ao século XVIII. Todos os eventos compreendidos entre essas duas datas e que se relacionam com a história das sociedades da Europa, especialmente de sua porção ocidental, são eventos da Idade Moderna.
Lembre-se que essa divisão da história em períodos (Idades) é arbitrária, e não pode ser considerada de forma absoluta. Seria mais adequado entender que a Baixa Idade Média foi antes uma fase de transição para a Idade Moderna, isto é, muitos elementos que vão caracterizar a modernidade tiveram sua origem ou o seu início nos séculos finais da Idade Média.
Entre os eventos da Idade Moderna que podemos destacar, estão:
O Renascimento
A Reforma Protestante.
A Formação das Monarquias Nacionais.
As Grandes Navegações
A Colonização da América
O Capitalismo Comercial.
O RENASCIMENTO
Movimento artístico, cultural e científico que provocou uma verdadeira revolução cultural na Europa ocidental.
A REFORMA PROTESTANTE
O monge alemão Martinho Lutero, a partir de 1517, com suas 95 Teses, foi um dos responsáveis pela divisão da Igreja Católica Apostólica Romana. A partir daí, a cristandade do ocidente vai se dividir entre católicos e protestantes.
A FORMAÇÃO DAS MONARQUIAS NACIONAIS.
No período moderno, os reis foram pouco a pouco centralizando o poder político em sua pessoa. Dessa forma, as antigas atribuições da nobreza feudal vão sendo absorvidas pelo rei e seus funcionários. O ápice desse poder real vai ficar conhecido como absolutismo monárquico.
AS GRANDES NAVEGAÇÕES
A partir do século XV, a fim de escapar ao monopólio que os comerciantes de Veneza e Gênova impunham à venda das especiarias e à navegação no mar medieterrâneo, os portugueses se lançaram ao mar em busca de uma rota alternativa para o oriente. Essa busca dá início ao período das grandes viagens marítimas que vão proporcionar aos europeus o encontro com outras culturas, a ampliação radical do comércio mundial e a substituição do mar mediterrâneo pelo oceano atlântico como principal eixo de comércio na Idade Moderna.
A COLONIZAÇÃO DA AMÉRICA
Existem, atualmente na América, quatro línguas principais: o inglês, o espanhol, o português e o francês. Todas essas línguas são europeias e se hoje são as línguas mais faladas na América, deve-se ao fato de o nosso continente ter sido colonizado por ingleses, espanhóis, portugueses e franceses. Além disso, a América é o continente com a maior quantidade de cristãos (católicos e protestantes) do mundo. A religião cristã, portanto, foi outra herança da colonização europeia na América.
O CAPITALISMO COMERCIAL
Alguns historiadores (marxistas), implicam com  o termo capitalismo comercial. Preferem chamar a fase de ampliação do comércio em escala global, mas tendo como base a mão-de-obra, de acumulação primitiva de capital.
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O RENASCIMENTO E O HUMANISMO
 
Entre os séculos XIV e XVI aconteceu na Europa um movimento que transformou a arte (arquitetura, pintura e escultura); a cultura (o antropocentrismo substituindo o teocentrismo) e a ciência. Esse movimento que nasceu nas cidades que enriqueciam com o comércio e que tinha na burguesia o incentivo para o seu desenvolvimento, recebeu o nome de Renascimento.
A origem do termo renascimento, ou renascença, revela a maneira como os artistas e os humanistas da Idade Moderna viam o período medieval. Para esses artistas e intelectuais, a Idade Média havia sido um período de obscurantismo cultural, cheio de preconceitos e superstições, uma "Idade das Trevas!" 
A Arte e o Saber que mereciam respeito e reconhecimento eram aqueles que os antigos gregos e romanos (a cultura clássica) haviam produzido. Portanto, cabia a esses artistas fazer essa arte e esse saber renascerem a partir dos alicerces culturais deixados pela civilização clássica.
O CONTEXTO
O Renascimento teve origem na península itálica, e a partir dessa região, expandiu-se para outras partes da Europa, como França, Inglaterra, Holanda, Alemanha, Portugal e Espanha. As razões para que esse movimento que transformou a arte, a cultura e a ciência no Ocidente tenha começado na Itália são as seguintes:
1 - O enriquecimento das cidades italianas, especialmente Veneza, Gênova, Milão e Florença, com uma burguesia disposta a financiar os artistas e a reforçar novos valores, como a riqueza, o dinheiro, o individualismo e o antropocentrismo.
2 - A presença no território da Itália de construções que remetiam à época de apogeu da civilização romana e a existência de obras clássicas, como a dos filósofos gregos que chegaram à península trazidas por sábios bizantinos que haviam fugido de Constantinopla diante do cerco dos turcos otomanos.
3 - A rivalidade entre as cidades italianas que buscavam superar umas às outras tanto no comércio quanto na prosperidade. Essa rivalidade se estenderia também no campo da Arte e das Ciências, quando os governantes dessas cidades passaram a financiar e a proteger os seus artistas com o objetivo de sobrepor-se também nesse quesito, às rivais.
AS PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DO RENASCIMENTO
A Valorização da Cultura Clássica
Os artistas do Renascimento e os humanistas tiveram pela cultura greco-romana uma admiração especial. Pintores, escultores, filósofos, teóricos, enfim, os chamados sábios beberão nas fontes clássicas para produzirem suas obras. Não queriam imitar os antigos gregos e os antigos romanos, mas terão neles e nas obras que eles deixaram, a inspiração para as suas próprias produções artísticas e obras filosóficas.
O Antropocentrismo.
Eis aqui uma das grandes marcas do renascimento e do humanismo. O antropocentrismo foi mais do que colocar o homem (ser humano) no centro das preocupações dos renascentistas e humanistas. Foi uma ruptura com o período medieval, marcado pelo teocentrismo.
O homem do Renascimento continua se preocupando com a sua salvação e não abandona sua fé cristã. Contudo, começa a sentir curiosidade por entender a natureza, os fenômenos sociais, a concepção da arte, o mundo à sua volta sem recorrer às escrituras ou à autoridade da Igreja. Além disso, ao contrário do teocentrismo, o antropocentrismo, por definição, acredita nas qualidades do gênio humano. O homem é capaz de realizar coisas maravilhosas porque possui, como criatura de Deus, a centelha divina.
O Naturalismo
Os artistas do Renascimento procuravam em suas pinturas e esculturas ser o mais fiel possível à realidade. As figuras humanas nos quadros e nas pedras apresentam uma semelhança notável com o mundo natural. além disso, a perspectiva - que dá ideia de profundidade numa pintura - e o movimento serão marcas da arte renascentista.
Na ciência, o naturalismo aguçou a curiosidade de cientistas que começaram a investigar a natureza e os seus fenômenos sem recorrer às escrituras ou à autoridade da Igreja.
O Individualismo.
Como consequência do naturalismo, o homem do Renascimento procura diferenciar-se pelo seu talento e pelo seu conhecimento dos demais. O artista do Renascimento defende a ideia de que cada ser humano é único e que precisa ser reconhecido por sua individualidade no mundo. Por isso, a partir do Renascimento, as obras-primas na pintura, na literatura, na arquitetura, na filosofia e nas descobertas científicas estarão ligadas definitivamente a um nome.
O Racionalismo.
Outra marca importantíssima do Renascimento. A valorização da razão deve ser entendida como uma nova forma de explicar o mundo e de conceber a arte. Nas ciências, a busca pela verdade vai se concentrar na observação da natureza, nos conhecimentos matemáticos, na reflexão dos dados obtidos dos fenômenos observados. A religião, a autoridade da Igreja, as escrituras, para o homem do renascimento deixaram de ser a fonte de saber e conhecimento. A Fé perde para a Razão nos assuntos relacionados à Ciência, à Política, à Filosofia.