Para ajudar na diferença desses dois seres da mitologia greco-romana, publico, abaixo, a definição desses dois verbetes presentes no dicionário de mitologia greco-romana publicado pela editora abril em 1973. Leiam.
Filhas de Aquelôo e Melpômene, Esterópe ou Terpsícore, ou ainda do deus marinho Fórcis, segundo diferentes versões. Seu número varia de acordo com os autores: mencionam-se duas, três ou quatro. Também sobre seus nomes há discordância. Pela tradição mais comum, chamava-se Lígia, Leucósia e Partênope. Eram grandes pássaros, com cabeça de mulher, que habitavam uma ilha do mar mediterrâneo (mar Jônio), na costa meridional da Itália. Com seu canto melodioso, atraíam os marinheiros contra os recifes. Antes de sua transformação em pássaros, eram jovens companheiras de Prosérpina. Quando esta foi raptada por Plutão, solicitaram aos deuses que lhes dessem asas para poderem procurar a amiga tanto na terra quanto no mar. Segundo variantes da lenda, sua metamorfose deveu-se a um castigo de Ceres, por não terem impedido o rapto de sua filha, ou ainda a uma vingança de Vênus (Afrofite), porque desprezavam os prazeres do amor. Alguns heróis conseguiram escapar ao seu encanto. O rfeu salvou os argonautas, cantando mais alto e melodioso que elas; Ulisses tapou os ouvidos de seus companheiros e fez-se amarrar a um mastro para não sucumbir à tentação do canto das Sereias. Despeitadas por haverem sido vencidas, elas se atiraram ao mar. Uma tradição tardia descreve as sereias como criaturas metade mulher, metade peixe.
Fonte: dicionário de mitologia Greco-romana, 1973, página 167.
“As raptoras”, designação de Aelo, Ocípite e Celeno, filhas de Taumante e Electra. Seus nomes significam, respectivamente, Borrasca, Vôo Rápido e Obscuridade. Tinham aspectos de mulheres aladas ou eram representadas como aves com cabeça feminina. Raptavam sobretudo crianças e almas. Costumava-se colocar sua imagem sobre os túmulos, carregando a alma do morto em suas garras. Fineu, rei da Trácia, atingido por uma maldição, foi insistentemente perseguido pelas Harpias: estas tiravam tudo que fosse colocado diante do rei, especialmente alimento: o que não conseguiam levar sujam com seus excrementos.
A pedido de Fineu, os Bóredas saíram no encalço das Harpias. O Destino havia determinado que elas só poderiam ser mortas se agarradas pelos filhos de Bóreas e, reciprocamente, estes morreriam se não as conseguissem pegar. Os jovens perseguiram-nas até que Íris, ou Mercúrio, declarou-lhes que, sendo servas de Júpiter, as Harpias não deveriam ser mortas. Elas prometeram deixar Fineu tranqüilo e refugiaram-se no “fim do mundo”, nas ilhas Estrófades. Enéias, após enfrentar terrível tempestade, ali aportou. Encontrando gordos rebanhos, tratou logo de abater alguns animais para apaziguar a fome da tripulação. Começavam a comer quando, vindas das montanhas, as Harpias arrebataram-lhes o alimento e sujaram tudo com o seu contato imundo. O herói troianoe seus companheiros tentaram matá-las, mas não o conseguiram. A harpia Celeno previu-lhes que atingiriam a Itália. Em seguida, refugiou-se com suas irmãs na floresta e os troianos abandonaram as ilhas de Estrófades. Segundo uma tradição, as Harpias uniram-se ao vento Zéfiro e tiveram Xanto e Bálios, cavalos de Aquiles, e Flogeu e Hapargo, cavalo dos Dióscuros.
Fonte: dicionário de mitologia Greco-romana, 1973, página 84.